terça-feira, 28 de outubro de 2008

26 de Outubro...o meu aniversário, 27 primaveras




Que lindo dia de Verão, o sol forte, quase austero, atenuado apenas por uma leve brisa, o céu azul. Distante do cinzentão Outono, chuvoso, ventoso e chato característico do mês de de Outubro no hemisfério norte. Motivo mais do que suficiente para este ser um dia de aniversário diferente de tantos outros. Mas o dia 26 de Outubro de 2008, não foi apenas o dia do meu aniversário, o primeiro passado em Angola, foi também o dia em que me distanciei mais uma hora de Lisboa, anteriormente no mesmo fuso, a partir deste dia uma hora mais cedo. Foi o dia em que o Petro (de Luanda) se sagrou campeão do Girabola com duas jornadas por realizar.Foi o dia em que recebi no maior nº de chamadas telefónicas desde que estou em Angola mesmo de pessoas que não sonhava terem o meu contacto.Á distância de 7000 kms há coisas que sabem incomparavelmente melhor.


Obrigado aos que se lembraram, não lamentem os que não se lembraram ou que nem sequer sabiam pois muitos mais aniversários pretendo partilhar convosco.


Obrigado pelos mails, pelas chamadas no msn, mensagens no hi5 ás quais não pude responder porque os deuses quiseram neste dia me privar da internet.


Vou parar com esta ladainha lamechas, comparável apenas aos inócuos discursos dos óscares agradecendo ao pai,á mãe,ao cão, ao gato...que o que vocês querem mesmo saber é como passei o meu dia.


Pois bem, tenho a dizer que os planos traçados como manda a tradição saíram todos furados e...nem Mussulo, nem Sangano, Cabo Ledo ou Malange. Tinha de passar o dia na praia, fiquei mesmo por perto e acabei por voltar á inevitável Barra do Dande, avisei que ia ficar cliente!


A viagem foi feita com dois colegas de trabalho, o inevitável companheiro Juca e o Óscar (nome fictício) que chegou há pouco de umas férias nas tugas (Portugal) e não trouxe a minha máquina fotográfica (estou a desesperar)!


Já partimos algo tarde, mas ao Domingo a malta gosta sempre de ficar um pouco mais no seio dos lençóis.


O Óscar foi a conduzir, desta feita não fomos parados pela polícia, o percurso foi rápido, cerca de 30 minutos pois está quase todo alcatroado para nossa satisfação.


Chegados á praia, no complexo turístico "Paradísio" estendemos as toalhas junto a uma mesa com guarda sol pois hoje quero tudo a que tenho direito:


E assim foi entre umas chamadas telefónicas provenientes das tugas, e uns mergulhos em água quente, lá escorregaram umas Cucas geladas até esgotar o stock porque quando acabou, a Cristal foi a eleita. Não podíamos era comer no seco os petiscos como "pica-pau" ou choco panado.


As horas passaram a correr e já satisfeitos de sol, mar, petiscos e cerveja voltámos á estrada, desta feita a gasosa do nosso arrumador não foi em dinheiro, foi em géneros, só que em forma de gasosa foi brindado com uma pequena garrafa de aguardente Casa Velha que o amigo Óscar traz sempre á mão para estas ocasiões, os olhos do homem brilharam quando se deparou com tal surpresa...angolano bebe!!!!!!!!


tínhamos falado em comprar umas lagostas para comer ao jantar, mas não passou de uma ideia. Antes de passarmos a ponte do rio há um musseque (bairro de "lata") de pescadores, o Óscar entra com a pick up no meio do musseque trava de repente e saído carro, entra pelo meio dos "cubicos" (casa nos musseques) atravessa um quintal atrás de uma mulher com o seu filho nas costas (como gostava de ter ali a máquina):


-"tens lagosta mãe"?


-"sim tenho 1000 kza o kilo"


-"quero 5 kgs"


Eu que saí do carro atrás do Óscar e atravessei aquele percurso labiríntico atrás dele e da mulher finalmente alcancei-os, pararam em frente a uma arca frigorífica, naturalmente não estava ligada a nada, não acredito que ali houvesse electricidade.A "mãe" abriu a arca e várias dezenas de lagostas bem vivas se mexendo para um lado e outro, começou a encher uma saca de farinha, com lagostas.


-"6 kgs"-diz a mulher


-"pago-te 5, 1 é para as quebras"-replicou o Óscar


-"a lagosta tá bala, não tem quebras"


-"ok, 6 kgs"


Ainda queria uma gasosa de 1000 kza para o filho, fica para a próxima.


Partimos em direcção a casa, chegados deixámos as lagostas com a Aida uma das cozinheiras, para as cozinhar enquanto fomos tomar uma banhoca retemperadora.


E o serão foi a comer Lagosta, acompanhada de Sagres, moderadamente, visto 2ª Feira ser dia de trabalho. Como não podia deixar de ser a assistir á partida entre o Benfica e a Naval 1º de Maio que mal ou bem foi emocionante até ao fim.


Vitórias difíceis são muito mais saborosas, não há "maka"!!!!!!!!!!!


Bjinhos e abraços












1 comentário:

O senhor das vontades disse...

Isto é que são boas vidas: praia, lagosta ao preço da chuva. Que mais se pode pedir?

Grande abraço